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Rondônia

No 5º dia da greve dos caminhoneiros em Rondônia 12 dos 15 pontos de bloqueios nas estradas foram liberados


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Manifestação teve início no estado na terça-feira (22) e afeta distribuição de combustível, água e energia. Bloqueios continuam em Candeias do Jamari, Alvorada do Oeste e São Miguel do Guaporé.

paralisação dos caminhoneiros entra no quinto dia de protestos contra o preço do combustível, em Rondônia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) 12 dos 15 pontos de bloqueios nas estradas foram liberados durante a madrugada deste sábado (26), devido leitura da ordem da Justiça Federal para desobstrução das rodovias. Em Candeias do Jamari, Alvorada do Oeste e São Miguel do Guaporé os manifestantes resistem.

De acordo com a PRF não há registro de conflito nas áreas interditadas. Nos pontos de manifestação, os caminhoneiros montaram barricadas de pneus e estão barrando o tráfego de caminhões, com passagem permitida apenas para ônibus, carros pequenos, ambulâncias e caminhões com cargas vivas.

Pontos liberados:

– BR 364/RO, KM 6 – Vilhena

– BR 364/RO, KM 27 – Vilhena

– BR 364/RO, km 191 – Pimenta Bueno

– BR 364/RO, KM 234 – Cacoal

– BR 364/RO, KM 274 – Rolim de Moura

– BR 364/RO, KM 305 – Presidente Médici

– BR 364/RO, KM 336 – Ji- Paraná

– BR 364/RO, km 387 – Ouro Preto do Oeste

– BR 364/RO, KM 423 – Jaru

– BR 364/RO, km 514 Ariquemes

– BR 421/RO, KM 1 – Ariquemes

– BR 421/RO, KM 50 – Montenegro

A PRF alerta aos vários carros estão seguindo viagem rumo a Guajará-Mirim ou Rio Branco (AC), e passaram pelo posto da Polícia próximo ao presídio federal, que os postos estão sem combustíveis em toda a BR, e que os guinchos podem estar sem combustível para fazer o resgate em caso de “pane seca”. A PRF também informa que mesmo com o final da greve, há um lapso de 24h a 48h para o abastecimento desses postos.

Com os caminhões parados, o estado enfrenta desabastecimento de combustível nos postos, de água mineral em Nova Mamoré, racionamento de energia em diversos municípios e empresários temem que falte alimentos nos supermercados.

Caminhoneiros continuam em paralisação em RO (Foto: Pâmela Fernandes/ G1)

Caminhoneiros continuam em paralisação em RO (Foto: Pâmela Fernandes/ G1)

Veja os principais reflexos da paralisação no estado:

Energia

Na manhã da sexta-feira (25), sete muncípios ficaram sem energia devido a falta de óleo diesel nas termelétricas, afetando cerca de 50 mil imóveis. A Eletrobras Distribuição Rondônia informou que em quatro deles, o fornecimento foi interrompido durante o dia para que as usinas termelétricas sejam ligada hoje a noite.

Em três municípios já não há mais óleo diesel para fornecimento de energia elétrica. São eles: Campo Novo, Vale do Anari e Costa Marques. Nessas cidades, dez mil residências são afetadas e não há mais combustível para o racionamento, ou seja, não há energia elétrica nem de dia e nem a noite.

Os municípios que permacem com o racionamento severo são: Machadinho do Oeste, Buritis, Alvorada e Cujubim e ainda as localidades de Rio Pardo, Jacinópolis e Rio Branco. Nesses locais, quarenta mil residências estão sem energia durante todo o dia de hoje, e a noite, a energia será ligada. A Eletrobras informou que o combustível só é suficiente para a noite de hoje.

Água Mineral e gás

Em Nova Mamoré, a cidade enfrenta dificuldades com a distribuição de água mineral. Em todo o muncípio apenas uma distribuidora tem galões de água estocados e a previsão é que a reserva encerra ainda na quinta-feira (24), devido a grande procura.

Em Nova Mamoré (RO), apenas uma distribuidora ainda tem água mineral em estoque e previsão é que acabe nesta quinta (24) (Foto: Fernando Jeff / arquivo pessoal)

Em Nova Mamoré (RO), apenas uma distribuidora ainda tem água mineral em estoque e previsão é que acabe nesta quinta (24) (Foto: Fernando Jeff / arquivo pessoal)

O gás também está ficando escasso. Em Vilhena, uma das maiores distribuidoras do produto na cidade informou que o estoque esgotou na quarta-feira (23). Uma outra empresa afirma que ainda tem gás em reserva, mas só dura até domingo (27). E a terceira distribuidora da cidade afirma que a previsão é que o estoque que deveria durar uma semana, acabe ainda nesta sexta.

Em Ji-Paraná, as disitribuidoras não estão mais fazendo entregas, e o que ainda está no estoque está reservado.

 Gás está acabando em Rondônia (Foto: Pâmela Fernandes/ G1)

Gás está acabando em Rondônia (Foto: Pâmela Fernandes/ G1)

Supermercados

O setor dos supermercados de varejo começou a sentir os reflexos da greve nacional dos caminhoneiros em Ariquemes (RO), com a escassez de alguns produtos alimentícios, na quinta-feira (24). Os alimentos perecíveis, leguminosos e verduras que são trazidos pelo transporte dos caminhões são os que mais preocupam as redes de supermercados no município. Ainda não há previsão de quando os produtos devem acabar nos estoques.

Já na rede atacadista, o desabastecimento começou a ser sentido nas prateleiras em todo o estado nesta sexta (25). Segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Rondônia (Singaro), os produtos começaram a acabar nos estoques e só devem durar até domingo (27). Ainda de acordo com o Singaro, mesmo que a greve acabe hoje, o desabastecimento deve ser sentido até a próxima segunda (28) ou terça-feira (29) por causa da lojística.

Farmácias

Em Vilhena, as farmácias apresentam baixo estoque de medicamentos e podem ter falta de suprimentos se a greve continuar.

Ambulâncias

Com a falta de combustíveis nos postos de gasolina em todo o estado, Porto Velho precisou atuar com frota reduzida de ambulâncias na manhã desta quinta (24) até que a Secretaria Municipal de Saúde conseguisse comprar diesel para abastecer três ambulâncias que estavam paradas. Na última quarta-feira (23) apenas duas estavam disponíveis para atender a capital.

Em Ariquemes as ambulâncias estão atendimento apenas casos graves, em que o paciente precise de tranporte para chegar ao hospital.

Em Vilhena, o Corpo de Bombeiros faz o socorro de pacientes ao hospital e está com os tanques cheios. Já as ambulâncias, que realizam o transporte de pacientes para outras cidades, quando necessário, podem não ter como levar os doentes para a capital, tendo em vista que fica a uma distância de 700km e não há locais de abastecimento no caminho.

 Em um dos poucos postos que ainda tem combustível em RO, moradores fazem fila com galões na mão para abastecimento (Foto: Cássia Firmino/ G1)

Em um dos poucos postos que ainda tem combustível em RO, moradores fazem fila com galões na mão para abastecimento (Foto: Cássia Firmino/ G1)

Hospitais

A diretora do Hispital Regional de Vilhena, Ana Carla Andreola, nos disse que o oxigênio conseguiu passar pelo bloqueio ontem, quinta-feira (24), pois a empresa responsável pelo transporte entrou com uma notificação judicial acerca da necessidade da unidade hospitalar, visto que há pessoas internadas que necessitam do oxigênio.

Fhemeron

A Fundação de Hematologia de Rondônia (Fhemeron) anunciou mudança no horário de funcionamento para o sábado (26). Quem quiser doar sangue ou se cadastrar como doador de medula óssea pode procurar os postos de coleta no estado das 7h15 às 12h. Segundo a Fundação, a mudança se deu devido a falta de combustíveis no estado e problemas com o transporte público. Mesmo com a greve dos caminhoneiros, a Fhemeron afirma que espera um grande número de doadores, tendo em vista a preocupação quanto ao estoque de sangue dos tipos A, O e B negativo.

Transporte público

Segundo o Consórcio SIM, o número de ônibus do transporte público foi reduzido em Porto Velho. O transporte deve operar com 70% dos carros nas ruas em horário de pico, e com 50% nos demais horários. No fim de semana, 40% dos carros devem estar nas ruas. Segundo a diretora Elizabeth Barufaldi, essas mudanças foram feitas para que 50% da frota ainda possa rodar na segunda-feira (28).

 Carros fazem fila para abastecer em um dos poucos postos de Porto Velho que ainda tem combustível (Foto: Hosana Morais/ Rede Amazônica)

Carros fazem fila para abastecer em um dos poucos postos de Porto Velho que ainda tem combustível (Foto: Hosana Morais/ Rede Amazônica)

Órgãos públicos

A Prefeitura de Porto Velho decretou ponto facultativo nesta sexta-feira (25) devido a falta de combustível na cidade e a iminente paralisação do tranporte público. Funcionam apenas órgãos essenciais, com escalas de plantão.

Polícia Militar

Na capital, a assessoria da Polícia Militar diz que está com os tanques das viaturas cheios, mas como precaução para uma possível falta de combustíveis, os carros não estão fazendo rondas. No entanto, os militares afirmam que estão atendendo chamados feitos pelo 190 normalmente.

Porto fluvial

O porto fluvial de Porto Velho está paralisado devido o bloqueio na Estrada do Belmont. Esse bloqueio, somado às outras interdições nas rodovias federais, tem afetado o abastecimento de combustível em quatro estados.

Segundo Edemir Monteiro Brasil, diretor de fiscalização e operação do Porto Público de Porto Velho, o porto representa 22% da movimentação da cidade. Com a manifestação dos caminhonheiros, o local está pelo terceiro dia consecutivo inoperante. Em média, por dia, são movimentados no porto 13,5 toneladas, o que dá em média 300 caminhões. Ao longo desses três dias, deixaram de operar em torno de 40,5 toneladas.

 Caminho que diesel e gasolina fazem para abastecer Rondônia, Acre e Mato Grosso (Foto: AVG/ Rede Amazônica)

Caminho que diesel e gasolina fazem para abastecer Rondônia, Acre e Mato Grosso (Foto: AVG/ Rede Amazônica)

Aeroporto

Segundo informação do setor de abastecimento da Shell, no Aeroporto Internacional de Porto Velho, o abastecimento de aeronaves ainda não foi comprometido, com capacidade para atendimento até a próxima terça-feira (29). De acordo com um atendente da Petrobras, no aeroporto, a Infraero já está se reunindo com o gerente da bandeira para tratar de questões relacionadas ao desabastecimento na capital.

Postos de Combustível

Com a paralisação, todos os postos do interior do estado estão sem combustível, e Porto Velho já secou 90% das reservas, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Rondônia (Sindipetro).

Em Vilhena, onde há dois pontos de bloqueio na BR-364, apenas um posto na região central da cidade estava funcionando pela manhã de quinta, apenas com etanol. Segundo funcionários do local, por volta das 10h, o posto tinha autonomia para mais uma hora de abastecimento.

Em Ji-Paraná, local onde está sendo realizada a maior feira agropecuária da Região Norte, a maioria dos postos da cidade estavam sem combustíveis desde a noite de quarta-feira (24), e moradores denunciaram que o preço da gasolina chegou a R$ 5,99. A dona do posto foi presa por ter aumentado o preço do combustível sem justificativa.

 Postos estão sem combustível em Vilhena (Foto: Eliete Marques/ G1)

Postos estão sem combustível em Vilhena (Foto: Eliete Marques/ G1)

Em Ariquemes, os postos que ainda têm combustível estão abastecendo exclusivamente veículos da polícia, bombeiros e ambulâncias.

A previsão dos sindicatos e dos donos de postos de combustíves é que nesta sexta-feira (25) todos os postos estejam fechados.

Confira os pontos de bloqueio nesta sexta-feira (25):

BR-364

  • Candeias do Jamari: km 694
  • Ariquemes: km 514
  • Jaru: km 423
  • Ouro Preto do Oeste: km 387
  • Ji-Paraná: km 336
  • Presidente Médici: km 305
  • Cacoal: km 274
  • Cacoal: km 234
  • Pimenta Bueno: km 191
  • Vilhena: km 27
  • Vilhena: km 6

BR-421

  • Ariquemes: km 1
  • Montenegro: km 50

BR-429

  • Alvorada do Oeste: km 85
  • São Miguel do Oeste: km 165

Estrada do Belmont

  • Porto Velho: Bloqueio está sendo feito em frente a distribuidora de combustíveis.
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